Eu deixei toda dicotomia de lado
de tudo jurar
Deixei minha calçada livre
até pra quem quiser sentar
Sabe o suco de oliva que ninguém bebeu?
ou a uva mordida, que ao ser sacudida
Pelos salivares cheios de cáries
já morreu?
Me demora o pensamento de infinitude
De que sempre haverá pé de manga, galinha, ovo
Pedra, pedrinha, minha viola, cortina
Mas nada disso vinha, em pausa de figuras
Senti-me fora
Desalinhado, sem eu, sem próximos
Sem nada para rotular
É indescritível a sensação de não viver
Quando se está vivo.
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