Surrealismo Espontâneo



Nunca a felicidade foi tão triste
Mimetizam-se as lágrimas em cores
Em todo o vácuo que um beijo traz
Grita-lhe uma voz
O sussurro ouvido

O tempo que venha e oxide
As gotas de tinta salgadas
Saibas farpa
Que em meu bem querer
Nada há de eu te amo
Senão mágicas e desenhos
Aquarelas e vários sonhos.

Um comentário:

  1. Tenho asas e me recurso a voar
    Tenho sede, e de tantas águas, não há uma pura a me saciar
    Tenho o ócio, e ainda persigo tempo, vivo na pressa de chegar
    Agora entendo: aspira-se o Ter, sem sequer saber que não há
    Ser
    que se negue
    a sonhar

    Resolvi me desfazer, largar a mão da ânsia de materializar
    Sobre os meandros das estradas que percorro, envelhecem, enferrujam, murcham
    Tudo aquilo que nunca fez e jaz, pois já não faz parte de mim
    Peço passagem a concretude; adentro-me nos labirintos do meu
    Ser a fim
    somente
    de me perder

    Com os olhos mais claros, descobri minhas feras
    as que devoram
    as mães das vicitudes que corroem, destroem
    O que me foi prescrito ao nascer

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