Surrealismo Espontâneo



Nunca a felicidade foi tão triste
Mimetizam-se as lágrimas em cores
Em todo o vácuo que um beijo traz
Grita-lhe uma voz
O sussurro ouvido

O tempo que venha e oxide
As gotas de tinta salgadas
Saibas farpa
Que em meu bem querer
Nada há de eu te amo
Senão mágicas e desenhos
Aquarelas e vários sonhos.

Pegadas de amor futurístico



Pare
Pense no amor
Pare
Fale o que já foi dito no ‘teastro’ novelês
Procura-se adiar novos passos
Quem sabe consigo parear-me aos passos adiante
Que esperam
Mas andam um pouco mais velozes do que os meus
Mas que ainda esperam

Alcançá-los é preciso
Tropeçá-los é o destino
Quero parear-me a esses

A paixão é a faísca do isqueiro
O amor, seu gás
Este alimenta o floco de fogo caído
Entre os andróginos antes perdidos
Agora pairam às respirações recíprocas

Procura-se por passos
Que procuram por mim
Procuram-se pedaços
Pedaços, que esgotam a cada fim.

Mescla de Raios


O andar dos calcanhares
Refaz todo o poder a ele cedido
De retomar passos, ou seguir em frente
Rodá-los sem seguir metas, mapas ou trilhas
Mas sim, cortar caminhos

Breves são as palavras de um beijo calado
O fato, o afeto a respeito diz
Do ato que há por vir
O beijo da chuva cair
Desperdiçar todos os favos ali guardados
Mergulhados na doçura dos raios lunares

Tende-se a cruzar olhares
Tende-se a mover moinhos
Então
Cruzam-se caminhos.