Desbravo minhas idas e vindas por aí,
por não saber onde ficar, não fico
Minha família também é:
O moço,
na garagem da rodoviária
O cara,
que vende café perto do guiché
A moça,
que vende óculos e brinquedos
Os moleques,
a me pedirem trocados.
O bom dia,
boa tarde,
boa noite, da recepcionista
que carinhosamente como uma parente,
já preenchendo o meu nome
sente-se minha tia!
A essa hora só há
os amores platônicos de minutos de espera,
o cheiro característico das malas,
e um cara-crachá carregando no meu semblante,
as tristezas danadas da vida.
“- Vai um dramim
aí moça?”
- Derrama tudo nessa
garrafa aqui moço
minha solução é mesmo sono eterno
numa cadeira e sem ar-condicionado
e sem gente por perto.
Claro, a lua está em sagitário
destroços em exageros vívidos
acompanhando minha vida
já sendo parte dela.
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