Meus olhos estão vidrados
Rachados, trincados.
Pelo soco levado
Da minha pátria amada
Que antes fingia me afagar
E agora, me cala com um soco no estômago.
Trincado olhar
Veja duas bandeiras, duas moedas, duas gentes
Uma sem chão, desde o barro ao sentimento
Outra marcada por um egoísmo vigente, sem dente
agora estou, um soco na boca agora me restou
Ah povo, por que tanto a roda gira
E teima em passar por cima dos nossos pés?
Ah pátria, tanto amor eu tenho, e mesmo apanhando
É de sabedoria nossa, que até amando e lutando
Também mostraremos nossos dentes.
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